Sempre saímos da maternidade com a orientação de tirar a roupa do bebê, preferencialmente no sol da manhã, e deixá-lo exposto à luz solar por pelo menos 10 minutos. Mas é importante saber que essa recomendação mudou, e eu vou explicar o porquê.
Os recém-nascidos e lactentes possuem a camada da pele mais fina e menor produção de melanina, tornando-os mais suscetíveis aos danos da radiação ultravioleta. A exposição excessiva ao sol na primeira infância está associada ao aumento do risco de câncer de pele no futuro.
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Vitamina D e Exposição Solar
A exposição solar é a principal fonte de vitamina D, porém a exposição intencional e desprotegida para suplementação da vitamina não é recomendada. No Brasil, é indicado o uso de suplementos de vitamina D para todos os recém-nascidos a termo, desde a primeira semana de vida até os dois anos de idade, e agora, com a nova recomendação, até a adolescência com dose individualizada.
A Academia Americana de Dermatologia aconselha que a vitamina D seja obtida apenas por meio da dieta e suplementos, destacando que a exposição solar para esse fim não é indicada, especialmente para crianças menores de seis meses, que devem evitar totalmente a exposição direta ao sol.
Icterícia Neonatal
O banho de sol não é recomendado como tratamento para icterícia neonatal. A fototerapia, realizada em ambiente hospitalar com luz de comprimentos de onda e doses específicas, é a abordagem segura e eficaz para reduzir a icterícia. Apesar de alguns estudos sugerirem que a exposição ao sol pode ser uma alternativa em locais com poucos equipamentos de fototerapia, os riscos da radiação ultravioleta superam os benefícios.
Proteção Solar para Bebês
A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Academia Americana de Pediatria orientam evitar a exposição direta ao sol em crianças abaixo de seis meses, utilizando protetores mecânicos como sombrinhas, guarda-sóis, bonés e roupas de proteção. Entre seis meses e dois anos, o uso de filtros solares físicos/minerais deve ser incentivado.
Passeios ao Ar Livre
Passeios ao ar livre são altamente recomendados para o desenvolvimento dos bebês, desde que realizados com bom senso. Utilize roupas adequadas, em ambientes sombreados e horários com menor intensidade solar, sempre respeitando a faixa etária.
Conscientização
Estudos mostram que 80% das famílias ainda mantêm o hábito do banho de sol direto na pele, muitas vezes por orientação de profissionais que seguem recomendações ultrapassadas. Propague essa informação para garantir a proteção da saúde da pele dos pequenos.
Lembre-se: crianças acumulam memória solar ao longo da vida, aumentando o risco de câncer de pele. Ensinar o uso do protetor solar desde cedo ajuda a criar um hábito que reduz significativamente esse risco.
Vamos viver mais e melhor, com hábitos diários que fazem toda a diferença!
Beijos e até mais.