Depressão Pós Parto: Tudo o Que Você Precisa Saber

A depressão pós parto é uma condição que vai muito além da tristeza pós natal; ela traz sobretudo desafios emocionais que costumam ser significativos para muitas mães. Neste artigo, vamos entender as causas, os sintomas, os fatores de risco, o diagnóstico, bem como as formas de tratamento dessa condição.


O que é a Depressão Pós Parto?

Primordialmente, a depressão pós-parto é uma condição caracterizada por profunda tristeza, desespero e falta de esperança que surge após o nascimento de um bebê. Em casos raros, às vezes, ela pode evoluir para um quadro mais grave conhecido como psicose pós-natal.
Essa condição afeta não apenas a mãe, mas também o vínculo afetivo com o bebê, prejudicando assim o aspecto emocional da relação.


O que causa a Depressão Pós Parto?

Também conhecida como baby blues, embora seja fisiológica e comum (atingindo até 80% das mulheres), a depressão pós-parto é mais grave, podendo ser incapacitante e requerer tratamento.

Depressão pós parto

Entre os principais fatores que a causam podemos citar:

Fatores Hormonais

O pós-parto é marcado sobretudo por uma queda abrupta dos hormônios estrógeno e progesterona, o que impacta diretamente no sistema nervoso central. Essa queda interfere nos neurotransmissores, contribuindo portanto para o desenvolvimento de transtornos emocionais.

Outros Fatores

Além das alterações hormonais, outros aspectos podem desencadeá-la:

  • Privação de sono;
  • Isolamento social;
  • Alimentação inadequada
  • Sedentarismo;
  • Falta de apoio do parceiro ou família;
  • Histórico de transtornos mentais (depressão, ansiedade, estresse);
  • Uso de álcool ou drogas.

Depressão Pós-Parto nos Homens

Embora tendamos a tratar apenas da mãe na depressão pós parto, os pais também podem desenvolver o transtorno, motivados por:

  • Preocupações com sua capacidade de criar o bebê;
  • Aumento das responsabilidades;
  • Pressão para prover uma boa qualidade de vida.

Sintomas de Depressão Pós-Parto

Os sintomas dela são diversos e entre os principais citamos os seguintes:

Sintomas Clássicos

  • Melancolia intensa e desmedida;
  • Desmotivação profunda;
  • Sentimento constante de tristeza e desespero;
  • Ausência de forças para lidar com a rotina.

Outros Sinais

  • Perda de interesse em atividades diárias;
  • Alterações no apetite ou peso;
  • Insônia ou sono excessivo;
  • Cansaço extremo;
  • Pensamentos suicidas ou vontade de prejudicar o bebê;
  • Sentimentos de culpa ou indignação;
  • Ansiedade e inquietação constante.

Diagnóstico

O diagnóstico da depressão pós parto é realizado por um profissional de saúde mental, como psiquiatra ou psicólogo, baseado na análise dos sintomas.

Depressão pós-parto, mãe

Escala de Edimburgo

O Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) é um questionário de auto-avaliação desenvolvido na Grã-Bretanha para pesquisa da depressão pós-parto, traduzido e validado em diversos países, inclusive no Brasil. Esta ferramenta demonstrou alta sensibilidade para a identificação da doença, na maioria das investigações. O questionário de auto-avaliação contém dez perguntas com quatro opções que são pontuadas de 0 a 3, de acordo com a presença ou ausência e a intensidade dos sintomas: humor deprimido ou disfórico, distúrbios do sono, perda do prazer, diminuição do desempenho, culpa e idéias de morte e suicídio.

Esta é uma das principais ferramentas de triagem que avaliam o risco, complementando portanto a avaliação clínica.

Se você acha que pode estar sofrendo de um desses sintomas, vou deixar o Link da Escala de Edimburgo que temos dentro do nosso curso para que você possa baixá-lo de maneira gratuita e responder para se testar. Baixar aqui.

Critérios de Tempo

Os sintomas da depressão pós-parto devem precipuamente surgir em até quatro semanas após o parto para serem classificados como tal.


Quanto tempo dura a Depressão Pós Parto?

A duração pode variar de pessoa para pessoa. Em casos leves, ela pode durar não apenas dias mas algumas semanas, especialmente com o suporte adequado. Já em situações mais intensas, pode persistir por meses ou ainda mais, se não for tratada. O mais importante é saber que ela tem tratamento e que você não precisa passar por isso sozinha.

Procurar ajuda, seja conversando com profissionais ou seja compartilhando com quem se confia, é o primeiro passo para superar essa fase e recuperar sua alegria no cuidado com o bebê e consigo mesma.

Fatores de Risco

Durante a gestação, fique atenta aos seguintes fatores de risco:

  • Histórico de depressão ou transtornos mentais;
  • Falta de suporte emocional (parceiro, família ou amigos);
  • Estresse ou problemas financeiros;
  • Gravidez não planejada;
  • Experiência de violência doméstica.

Tratamento

O tratamento inclui sobretudo uma abordagem multidisciplinar, considerando a gravidade de cada caso. Veja as opções abaixo:

  • Medicação: Antidepressivos prescritos por um médico;
  • Psicoterapia: Essencial para suporte emocional e resolução de conflitos internos;
  • Apoio Familiar: A presença de parceiros e familiares no processo é fundamental.

Importância do Diagnóstico Precoce

Mitos e preconceitos podem sobretudo atrasar o tratamento; saber que a depressão pós-parto tem causas hormonais e psicológicas ajuda na identificação precoce e na busca por ajuda profissional.

Depressão pós parto mães

Como Prevenir a Depressão Pós-Parto?

Prevenir a depressão pós-parto exige atenção à saúde física e mental;veja ademais algumas dicas:

  • Garantir boas noites de sono com ajuda de outros;
  • Manter uma alimentação saudável e prática de exercícios;
  • Evitar isolamento social e abuso de substâncias;
  • Realizar check-ups regulares no pós-parto.

Não tenha medo ou principalmente vergonha de compartilhar seus sentimentos com um profissional de saúde.


Conclusão

A depressão pós-parto não é uma fraqueza ou falta de amor pela criança. É uma condição séria que pode ser tratada com diagnóstico precoce e apoio adequado. No Projeto Grande Ser, nós tratamos desse tema assim como muitos outros que estão relacionados a mãe e ao cuidado do bebê. Se você não conhece, conheça! Se você não faz parte, entre já!

Esteja atento aos sinais de alarme e ajude novas mães ao seu redor. Se você conhece alguém que pode se beneficiar deste texto, compartilhe. Vamos construir uma rede de apoio às mães e famílias!

Beijos e até o próximo texto! Com amor, Camila 😊

Camila Ramos - Pediatra
  • Última modificação do post:janeiro 10, 2025
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